Ela quis se matar. Não tramou nenhuma morte romântica. Não cortou os pulsos com uma carta nas mãos, nem se jogou de um prédio qualquer, mas, ela quis se matar. Para alguns, falta de Deus, para outros, crise existencial, para alguns a pulsão de morte gritou mais alto. Eu não sei, só sei que ela quis se matar.
Sem pensar em qualquer consequência, sem ter que ficar noites a fio criando um plano mirabolante, para ser executado. Ela quis se matar. Cabe aqui, algum julgamento, ou alguma condenação? Bom, o que cabe aqui é a tristeza. Assim como o real da morte, o que existe é a dor para o outro, ao ver que, infelizmente, ela não consegue viver a vida plenamente. Não consegue fugir do que sempre foi. Não vê nenhuma possibilidade. O que cabe aqui, é a impotência, para quem está de fora. Para ela, o que cabe? Talvez um pesar. Um ódio em ter que abrir os olhos e ainda estar num hospital, em ter que comer pra viver, ter que ouvir pra viver, ter que pensar pra viver. Talvez sua sorte seja, não ter que ouvir conselhos. Afinal, ela nunca quis se matar.
Fantástico. Me retoma aquelas coisas simples de serem ditas, mas tão difíceis de serem, simplesmente, compreendidas.
ResponderExcluirMuito bem escrito.
Que honra um comentário seu no blog.
ExcluirMuito obrigada.