A partir de agora, só converso pelo olhar. Olhando fixamente, não me desgastarei com meras palavras. A interpretação deixo a cargo dos que me olharem. Um dia, quem sabe, um outro cansado de tantas palavras vãs, perceba esse meu desassossego, esse cansaço, que passa no âmago do meu ser, fluindo à um cansaço físico. E enfim, quem sabe, me perceba intimamente.
Talvez alguém, tente me desvendar, freneticamente, num desgaste absolutamente vão. Em um desgaste que eu me gaste e me canse. Onde só caiba o olhar, numa busca por se desvendar não se sabe o quê. Daquilo que não está em você.
Ah! Isso é tudo culpa do outro, que vive, e insiste em atormentar, e compreender, o que nem sequer possui compreensão. Mas, será que um dia, um olhar salvaria tudo, e tudo se resolveria e se desvendaria em um ato, impensado, como o ato de olhar?
Devaneios.
Ao olhar, foca-se em algo. Parte do olhar fica desfocado. Não se pode tudo. Escolhe-se um foco no olhar. Um foco aprendido durante anos, e no resultado, temos um foco que poderia ser infinito de interpretações, mas que se torna focado demais, para que a racionalidade, a moral, os costumes, suportem, uma compreensão da realidade. Nesta compreensão incansável sobre a realidade, temos como resultado, a perda imediata de um infinito de possibilidades, que não está no olhar, mas sim, no que ficou desfocado.
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