quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Uma esperança

E eu liguei para minha pequena. Liguei, mas ela não estava. Acho que ela fica na casa da avó depois da escola. Tadinha, deve ficar cansada, doida pra chegar em casa. Talvez nem tanto também, não sei. Eu não gosto de conversar por telefone. Não gosto de telefone, eles limitam as emoções, e a saudade sempre parece falsa. Afinal, quem tem saudade, vai, e não fica. 
Eu liguei pra ela me dar força. Eu penso nela todos os dias. Todos os dias. Já tive sensações estranhas, desconfortáveis, um tipo de aperto no peito, e infelizmente minha sensação fazia sentido. Minha pequenina estava sofrendo. Desde então, eu não parei de pensar nela. As vezes sorrio sozinha, mas as vezes choro por apreensão. Choro por minha impossibilidade de agir, de não poder estar todos os dias com ela. Choro por saber que as coisas poderiam ser certas, mas não são. Mas, acredito na força dessa menininha, acredito que ela fará algo melhor disso tudo, e é claro, tento ser uma imagem de alguém que ela pode contar. 
De alguma forma, essa menininha de 5 anos, me da força. Hoje eu liguei, pra que ela me desse essa força. Ela me fortalece contando do seu dia, falando com o jeitinho apressado, toda dona de si. Ela me dá esperança. Ela me fortalece com o que eu não tenho. E essa força ela me dá naturalmente, sem saber. Ou talvez ela saiba, talvez aí esteja o nosso afeto incondicional. 

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