segunda-feira, 10 de novembro de 2014

O perigo da liberdade

Talvez um dos maiores confortos (político) do ser humano, seja os seus ideais. Eu ia começar o texto com: Vivemos um momento... Depois pensei em : A partir da revolução industrial...Mas, quanto mais retorno, mais confirmo a idéia de que o ser humano se agarra em certos ideais. O capitalismo, nesta reflexão seria mais um sistema, que busca o que sempre se quis, até mesmo antes dele: poder. Neste sentido, ele não é a resposta, mas sim, um meio. 
 A igreja, já realizou (e ainda realiza) o trabalho de impor claramente seus ideais, e através de culpa, condenações, recebia milhares de fiéis dispostos a matar a mãe, se fosse preciso para seguir os ideais impostos.
Atualmente, as grandes corporações, realizam o trabalho de fazer com que as pessoas aceitem seus ideais, se sintam amadas e assim, lutem pelo que "julgam acreditar". É claro que com o capitalismo tudo fica falsamente aparente, e nos iludimos constantemente com supostas respostas, mas a situação é complexa, e de causar medo.
Muitos escritores, e filósofos já anunciaram a problemática da liberdade, dentre eles, Jean Paul Sartre. Uma das minhas questões para a atualidade é: Se a liberdade sempre fora um bem penoso, que  necessita muita responsabilidade e consciência, o que aconteceu durante o tempo, para que agora, possamos dizer que temos liberdade? Adquirimos com o tempo mais consciência e responsabilidade? Será então, que o sistema democrático, nos possibilitou tal avanço? Ou teria sido nossa educação exemplar, os bons hábitos adquiridos, pós golpe militar? 
Acho que estamos mais marionetes do que antes. Nos tornamos inseguros, e esta insegurança faz com que muitos se agarrem em ideais fracassados, e o pior, não há quem tire esses ideais da cabeça. A coisa ficou 8 ou 80, salve-se quem puder, cada um na sua gaiola, e criticando os outros. A luta é interna. O próprio Foucault já diz isso sobre o poder, uma vez que, este, permeia nossas relações, sem que haja um líder central. Não precisamos de uma guerra entre Estados, para que vejamos emergir o poder. O poder está nas relações. 
A grande questão que quero levantar, e deixar marcada é: Perdemos o diálogo (se é que já tivemos). Não há conversa. Cada um está preso a um partido, uma teoria e pronto, caso você questione, você será tido como "oposição", mas, e o bem comum? Não conta? As pessoas estão levando para o pessoal o que nem sequer seus representantes levam. Cada um visa o lucro, visa o benefício, e infelizmente, as pessoas não questionam. Querem colocar culpa, julgar, menosprezar, mas ninguém quer se responsabilizar. Afinal, que tipo de liberdade queremos? 

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