Tudo meu, tudo eu, tudo um. A dor, da doença, que gruda. A magoa, de quem te fez. Tudo meu, só meu, sem divisão. O eu, completo largado, bandido, viciado. O eu pesado, culpado, desfigurado por pecado. Este eu errante, sem qualquer atrativo marcante. Um eu desfigurado, construído na grossura de um sol escaldante. Este eu, implacavelmente arruinado, propagador de maldade. Desconfiado, esfolado e culpado. Este meu eu incerto, sem respostas obvias. Seco e grosseiro, meu eu não gruda.
Ah! Mas meu eu, sonha com o seu eu. Cheio de pureza, de certezas e sonhos. Essa viscosidade que gruda. Essa pureza, sem erro, mesmo errando. Ah! essa figura, com certeza fora construída num dia nublado. Sem pensamentos, sem pecados, convivendo com célebres acertos.
Sei que nunca te terei, nem mesmo em sonho. Eu sou a realidade e você o desejo de um pecador insensato, que sonha com uma liberdade inexistente.
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