Eu ouço, ouço e ouço. Ouço reclamações, queixas, lamúrias, alegrias e promessas. Ouço pesares, alardes e lamentos. Ouço com os olhos, ouvidos e pele. Eu apenas ouço, e quando enfim, abro a boca, nada sai. Uma tonelada de idéias e reflexões rodam em minha cabeça a cada segundo, mas nada sai. Eu não consigo falar.
Penso no que foi, no que é e no que será. São tantas reflexões que me tapam a boca, que não consigo falar. O que me resta agora é me afogar nas reflexões, que a esta altura viraram lágrimas. Estas lágrimas não servem para nada além de renovar a cara, para enfim, iniciar os processos mentais, que se acumulam freneticamente. Sinto diariamente que estou me afogando com maior velocidade que antes. Antes as reflexões vinham, eu entendia, analisava, as vezes falava, as vezes não. Hoje, as reflexões chegam sem nem ao menos pedir licença. Me invadem e me calam. Não adianta esperar um outro ouvido atento que me perceba, não adianta esperar do outro, se o problema está dentro. Se as lágrimas surgem de dentro, não adianta buscar o problema fora.
Por enquanto vou me afogando, até que a última gota surja em forma de palavra.
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