quarta-feira, 26 de março de 2014

Ser o primeiro

Desejamos as vezes ser o primeiro a tocar a pele, a fazer arrepiar, a descobrir os pontos que enlouquece, a pessoa que amamos. Desejamos ser o primeiro a faze-la perder a cabeça, o primeiro a tocar de maneira forte, a desorientar e atormentar a cabeça da pobre criatura que do amor, nada conhecia até então. Bom, com certeza isso marca a vida de qualquer um, até porque são momentos que desconstrói a vidinha pacata de qualquer humano. Como já dizia Raul Seixas "..ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma vez.."
Mas, o dificil mesmo é ser o primeiro todo dia. Ser o primeiro a dar o bom dia, ser o primeiro a acompanhar ao médico, ser o primeiro a dar as mãos quando a dor bate forte, ou quando as angústias do tempo atormentam cada pedaço do presente.
Tanto faz se viveu dez anos com alguém. Se planejou ter um filho, ou ter quatro. Se já foi apertada por outras mãos, se já se arrepiou com outras bocas, ou se já se desorientou por muitos cheiros. Relacionar-se é dificil, e não adianta criar um romance ideal, as pessoas não são ideais. Assumamos nossa incompletude, para então sermos de fato, o primeiro, na vida de um amor.
Ah! Mas sem esse amor romântico. Sem essa coisa perfeita, que parece ter saido de um livro esteticamente perfeito, isso não. Assim fica sem graça, afinal, quem melhor do que você mesmo a ser o primeiro a pedir desculpas, a fazer um cafe da manhã romântico, mandar uma mensagem delicada. É, minha gente! Ser o primeiro não é fácil e requer muito rebolado. 
Do amor, nada se sabe, constroi-se algo, ironiza-se, brinca-se, mas, saber mesmo, a fundo, ninguém sabe. Não há idade que baste, nem amores vividos, para se construir qualquer tese sobre o assunto. W.H. Auden que o diga em seu poema "Diz-me a verdade acerca do amor". 


Música do dia:

Nosso estranho amor-Caetano Veloso- http://www.youtube.com/watch?v=Y5vuqNI7ZUw

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