sábado, 7 de dezembro de 2013

A profissão


Acordei mais ou menos cedo, recebi uma ligação. Chorei, chorei, perdi a fome. O tempo estava nublado, fiquei com vontade de ficar dentro de casa ouvindo a chuvinha e pensando na vida. Mas, não deu. O mundo me chamou. Andei vagarosamente até o ponto, a vontade de chorar era forte, mas, caminhei e caminhei. Engolindo o choro, o tempo todo, fiquei olhando as pessoas andando, apressadas, e a chuvinha leve batendo na janela. Enfim, cheguei onde queria. Diante de mim, um lindo jardim, super verdinho, as flores molhadas, o verde, o amarelo, tudo de destacava. Andei um pouquinho, no meio do jardim, alguém tocava piano, era uma linda canção, e o som do piano, suave, me tocava por inteiro. Continuei a andar e ouvir a canção. Subi as escadas, parei em um ponto que sempre gosto, fiquei ouvindo aquele som, e olhando o jardim. Pensando em muitas coisas e em nada ao mesmo tempo, acabei desabando em um choro compulsivo. Chorei, chorei, na esperança de algum consolo, ou um abraço, talvez. Passou um tempinho, limpei meu rosto e continuei andando, algumas lágrimas ainda insistiram em rolar, mas tossi um pouco, pra tirar o nó da garganta, levantei o cabeça, passei a mão no rosto, e pronto, procurei estar limpa. Cheguei ao meu destino, com meia hora de antecedência, sentei em minha cadeira, li alguns papeis e pronto. Ali estava diante de meus olhos um casal, e eu estava pronta para me entregar completamente, abrindo meus ouvidos, minha cabeça e meu corpo. Não se trata de algo racional, nem de um modo de esquecer dos meus problemas, mas simplesmente acolher, ouvir e intervir no problema que me foi apresentado. Neste momento, eu me faço e me desfaço completamente. 

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